Estudos sobre o Marxismo – 1

A história de todas as sociedade que já existiram é a história de luta de classes. Com essas dezesseis palavras, inicia-se um dos escritos mais importantes da história da humanidade, que influenciou (e influencia) diversas revoltas, revoluções e Estados. O Marxismo como uma corrente política até hoje está presente nos círculos intelectuais, midiáticos e estudantis como uma das maiores correntes políticas de Esquerda já existentes. O Manifesto Comunista, redigido e publicado em 1848 por Karl Marx e Friedrich Engels, comissionado e utilizado como plataforma política pela Liga dos Comunistas. Como disse a socióloga Sabrina Fernandes, “o Manifesto Comunista se encarrega de comunicar a missão do proletariado para derrubar e superar o capitalismo com linguagem mais agitadora, própria para transcender os círculos daqueles dedicados à produção intelectual”. Aqui é iniciado o primeiro capítulo de “Acerca do Marxismo” começando pelo Manifesto Comunista. Os primeiros documentos que serão analisados por este projeto iniciado pela Nova Acção serão os clássicos “Manifesto Comunista” e “O Capital – Extratos por Paul Lafargue”. Os estudos posteriores serão feitos acerca de outras obras, como de Friedrich Engels, Vladimir Lenine, Josef Stalin e até mesmo Mao-Tse Tung, tudo que estiver ao nosso alcance.

BURGUESES E PROLETÁRIOS[1] – ANÁLISE MARXISTA DA HISTÓRIA

O Marxismo analisa a história do modo “Opressor V.S. Oprimido”. “Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e assalariado; resumindo, opressor e oprimido estiveram em constante oposição um ao outro”.[2] Esse conceito é a famosa “Luta de Classes” do Marxismo; Para Marx e Engels, o Proletariado nasce junto com a sua luta contra a Burguesia, indo de um mero “indivíduo trabalhador” prosseguindo para os artífices de alguma classe profissional contra o burguês que os explora.[3] Nesse estágio, os trabalhadores não são apenas uma massa desorganizada e incoerente, mas também utilizam da revolta como arma contra a Burguesia, destruindo maquinários e incendiando fábricas buscando a condição de trabalho da Idade Média que foi perdida graças ao rompimento burguês aos laços feudais heterogêneos que ligavam o trabalhador aos seus superiores naturais.[4][5] Marx e Engels analisam o progresso do Proletariado por “estágios de desenvolvimento”, tendo como estágio inicial, a desunião e a desorganização.

A desunião e desorganização citada por Marx e Engels é, certamente, semelhante à o que ocorreu com o caso dos “Marxistas Revisionistas” e o “Socialismo Democrático” ou “Social-Democracia”. Como escreveu a socióloga Sabrina Fernandes, há polêmicas entre os Marxistas sobre trechos do Manifesto que há admiração ao sistema capitalista no que tange desenvolvimento e tecnologia.[6] Continua a socióloga, que há uma presença de fatalismo[7] na Esquerda, que considera o Capitalismo como algo inevitável e infalível, juntamente com Capitalistas que pregam o fim da história, de Francis Fukuyama,[8] há progressistas e socialistas reformistas que “aceitaram” o fim do mundo.[9] Essa desorganização é certamente similar ao primeiro estágio do Proletariado, que é a desunião e a incoerência. No entanto, argumenta Marx e Engels, que com o desenvolvimento da indústria, o Proletariado aumenta em número e se concentra em massas maiores, e ele até mesmo sente o crescimento de uma força,[10] e, posteriormente, os trabalhadores começam a formar sindicatos para combater a burguesia. Se unem para manter o aumento salarial e criam associações para revoltas ocasionais.[11] “De tempos em tempos, os trabalhadores vencem, mas só provisoriamente.”[12] Marx e Engels argumentam que essa organização dos proletários em uma classe, e posteriormente, em um partido político está sendo perturbada pela competição entre os próprios proletários. Porém, ela sempre se levanta novamente, mais forte, mais firme e mais poderosa. Ela busca um reconhecimento legislativo de interesses particulares, e, se aproveita de divisões no meio da burguesia para o seu benefício. Marx e Engels citam a “Lei das Dez Horas”[13] como um exemplo de tal prática.

Analisando tal pensamento, podemos ver que Marx e Engels observam a história como um “campo de batalha” entre o Opressor (burguês) e o Oprimido (proletário), que são inimigos naturais. É visível, também, o fato do proletário utilizar-se, diversas vezes, da própria burguesia contra ela mesma, por exemplo quando Marx e Engels dizem que a burguesia forjou as armas que serão empunhadas contra ela, e também os homens que irão utilizar as armas.[14] Vendo também que, neste capítulo, Marx e Engels dão ênfase que, deve ser mostrado à todos que a burguesia é inapta para ser a classe governante, pois ela é incompetente para assegurar a existência dos seus escravos. Encerrando, diz que a sociedade não pode mais viver sob esta burguesia, a sua existência não é mais compatível com a sociedade.[15]

AS POSIÇÕES DO MARXISMO

Após analisar a interpretação da historiografia do Marxismo, é necessário analisar as soluções e posições perante certos assuntos como a Propriedade Privada, a família e a relação dos Comunistas com outros Partidos. A visão do Marxismo sobre a propriedade privada é muitas vezes mal interpretada, com os seus interpretadores pensando que os adeptos das ideias Marxistas não teriam direito ao uso de produtos manufaturados no Capitalismo; mas não é bem assim. O Marxismo pretende, em sua essência, abolir a “propriedade burguesa” que tem como sua base o antagonismo de classes e na exploração de um pelo outro.[16] Em conclusão, Marx e Engels terminam que a teoria Comunista pode ser resumida em: “abolição da propriedade privada.” É importante analisar a palavra que foi utilizada originalmente, que foi “Aufhebung” (traduzida para “suprassunção”) que é associada a “Aufheben”, que significa, as seguintes coisas ao mesmo tempo: conservar, negar e elevar. No caso, uma transformação.[17] A “abolição” da propriedade privada pelo Marxismo não se dá por proibição ou por mudanças nas leis, e sim pela superação dela. Para isso, seria necessário criar todas as condições materiais para que a propriedade privada não exista mais e para que ela não necessite existir mais. Sendo assim, a política comunista quer uma reorganização revolucionária da sociedade, criando novas formas de viver e trabalhar, fazendo assim o antigo estado da propriedade privada algo obsoleto, do passado, que não é mais útil.[18] Como visto, o Marxista não necessariamente precisa fugir do Capitalismo e se abster dos produtos do Capitalismo, pois o Comunismo quer superar o Capitalismo, torná-lo algo do passado.

Para Marx e Engels, a propriedade atual é baseada no antagonismo de capital e trabalho assalariado. Para entender isso, é necessário analisar a ótica de ambos sobre o capitalista e o trabalhador assalariado. Na ótica de ambos, ser um capitalista não é apenas ter uma condição pessoal, mas também ter uma condição social na produção. O capital não é um produto individual, é um produto coletivo, e é apenas com uma ação coletiva que o capital é movido. O capital é um poder social.[19] E é desse modo, na ótica Marxiana, que o trabalhador é explorado pelo capitalista. O trabalhador, por ordem da classe dominante, trabalha para aumentar o capital, e só lhe é permitido viver por ordem desta mesma classe.[20] O trabalho assalariado tem como o seu preço o salário mínimo, que é o meio de subsistência do trabalhador, que é o mínimo necessário para a conservação e a reprodução de sua vida humilde.[21] O Marxismo não tem intenção alguma de abolir esta apropriação pessoal, uma apropriação que é feita pela necessidade natural do ser humano de se manter vivo e que não concede poder sobre o trabalho alheio. O Marxismo pretende abolir o caráter miserável desta apropriação, na qual o trabalhador vive apenas para aumentar o capital.[22] Marx e Engels argumentam que a burguesia até mesmo pode reclamar e ficar horrorizada com o objetivo do Marxismo em abolir a propriedade privada, porém, na ótica de ambos, a propriedade privada já foi abolida pela burguesia para nove décimos da população.[23] Para ambos, a burguesia condena as intenções dos comunistas por quererem abolir uma forma de propriedade em que a existência depende da ausência de propriedade para o grosso da população, a maioria.[24] A burguesia os condena por quererem o fim da propriedade deles. Argumentam Marx e Engels que, quando o trabalho não pode ser transformado, meramente, em uma fonte de lucro ao burguês em um poder social monopolizado, o burguês diz que a individualidade desaparece. Porém, quando o burguês diz “indivíduo”, ele refere-se à si mesmo.[25] Em conclusão:

“O Comunismo não priva homem algum do poder de se apropriar de algo. Tudo que ele faz é privá-lo do poder de subjugar o trabalho de outros por meio de tal apropriação” (MARX E ENGELS, 1848, p. 51).

Com isso, encerra-se a questão da propriedade privada.

Um outro conceito Marxista a ser analisado, é a “Abolição da Família”. O termo usado, novamente, é “Aufhebung”, que como analisado antes, é uma espécie de transformação. Para Marx e Engels, a família atual (burguesa) está fundada no capital e no lucro privado. Logo após isso, é possível notar um argumento semelhante ao usado com a questão da propriedade privada, que é o fato da burguesia ter algo, e priva esse algo do proletário. Ambos dizem que a família só existe entre os burgueses.[26] A maior razão disso se dá aos laços cortados entre os proletários e a prostituição. Marx e Engels fazem um apelo à educação pública, livre da influência da classe governante, e dizem que o disparate da burguesia à família e à educação se torna mais desagradável ainda quando todos os laços familiares entre os proletários são cortados graças à indústria moderna, e seus filhos também se tornam instrumentos de trabalho.[27][28] Marx e Engels também citam as mulheres, em que os seus opositores, no caso, burgueses, acusam os comunistas de quererem fundar a “Comunidade de Mulheres”, em que em uma sociedade comunista as mulheres também seriam socializadas como propriedade coletiva dos homens.[29] Em contrapartida à essas acusações, Marx e Engels argumentam que o burguês vê sua esposa como um mero instrumento de produção, e o “instinto” burguês é explorar os instrumentos de produção, e naturalmente chega a conclusão de que tal herança chegará às mulheres.[30] Para ambos, Marx e Engels, o burguês não entende (nem suspeita) de que o objetivo não é isso, e sim, acabar com a condição de que as mulheres são meros instrumentos de produção. Continua Marx e Engels, que a burguesia se indigna perante à comunidade de mulheres, “fazendo de conta” que seriam os comunistas os criadores de tal obra; porém, ambos argumentam que não seria necessário a criação de uma “comunidade de mulheres”, já que, de acordo com Marx e Engels, existem desde a antiguidade.[31] Avançando nessa questão, Marx e Engels dizem que o burguês não se satisfaz em ter apenas as esposas e filhas dos proletários à sua disposição, sem contar as prostitutas, mas também sentem grande prazer em seduzir a esposa do outro. Argumentam Marx e Engels que o casamento burguês é um sistema de esposas em comum, e que no máximo, os comunistas poderiam ser condenados por desejarem substituir algo oculto por algo aberto, legal e as claras. Sobre isso, no ponto de vista Marxista, seria evidente que a abolição do sistema de produção atual iria trazer em conjunto a comunidade de mulheres que surge desse sistema, ou seja, da prostituição pública e privada.[32]

Outro ponto discutido é o desejo dos comunistas de abolirem as nações. Sobre isso, Marx e Engels argumentam:

“Os homens trabalhadores não têm país. Não podemos tirar deles o que eles não têm. Visto que o proletariado deve, primeiro, conquistar a supremacia política, deve se erguer para ser a classe líder da nação, deve constituir, ele próprio, a nação; ele é, até agora, nacional, apesar de não o ser no sentido burguês da palavra” (MARX E ENGELS, 1848, P. 54).

Para Marx e Engels, quando a exploração por de um indivíduo por outro acaba, a exploração entre nações também acaba. Quando o antagonismo de classes acaba, o conflito entre nações também acaba. Em conclusão, a ação unida entre países civilizados dominante, é uma das questões principais para a emancipação do proletariado.[33]

Marx e Engels dizem que o primeiro passo para a revolução do proletariado, é colocar a classe trabalhadora como classe dominante. O proletariado usaria da supremacia política para arrancar, gradativamente, o capital da burguesia para centralizar os meios de produção nas mãos do Estado, ou seja, nas mãos do proletariado.[34] As medidas, argumentam Marx e Engels, seriam diferentes em cada país, variando de nação em nação. Porém, de modo geral, seriam: expropriação dos meios de produção, ou seja, da terra e dos aluguéis de terra para fins públicos; imposto de renda progressivo; abolição da herança; confisco das propriedades de emigrantes e rebeldes; centralização do crédito por meio de um branco central; centralização dos meios de comunicação e transporte; extensão de fábricas e instrumentos de produção possuídos pelo Estado com o objetivo de levar cultivo à terra e a melhora do solo em geral; responsabilidades iguais para todo trabalho; combinação das indústrias de agricultura e manufatura; e por fim, a educação gratuita.[35] Por fim, Marx e Engels dizem:

“Quando, no curso do desenvolvimento, as diferenças de classe tiverem desaparecido e toda a produção tiver sido concentrada nas mãos dos indivíduos associados, o poder público perderá o seu caráter político. O poder político, propriamente chamado, é, meramente, o poder organizado de uma classe para oprimir outra. Se o proletariado se eleva necessariamente à condição de classe dominante em sua luta contra a burguesia e, na condição de classe dominante, tira de cena as antigas relações de produção, então, com isso, ele tira também de cena a condição para a oposição entre as classes e para a própria existência dessas classes . E acaba por abolir seu papel de classe dominante” (MARX E ENGELS, 1848, P. 59).

Em vez da sociedade burguesa, onde há conflitos de classes e classes, a sociedade comunista tem um uma associação cuja o desenvolvimento livre de cada um é a condição para o desenvolvimento livre de todas as pessoas.[36]

Por fim, a relação dos Marxistas com outros partidos é feita pela união e o entendimento entre os partidos democráticos de todas as nações. O Marxismo rejeita a ocultação de suas visões e objetivos. Como abertamente declarado, os fins dos Marxistas só são atingidos com a derrubada violenta de todas as condições sociais existentes.[37] Marx e Engels dizem:

“Os proletários nada têm a perder a não ser seus grilhões. Têm um mundo a ganhar” (MARX E ENGELS, 1848, P. 79).

SOCIALISMOS

Neste capítulo, será analisado de modo breve, a análise Marxista da literatura de outros Socialismos.

1 – Socialismo Reacionário
O Socialismo Reacionário é constituído por três socialismos: socialismo feudal, socialismo pequeno-burguês e o socialismo alemão.

O Socialismo feudal é, para Marx e Engels, uma lamentação, uma sátira; um eco do passado, uma ameaça ao futuro. Com sua crítica inteligente e incisiva, as vezes acertava o âmago da burguesia, porém, não ocultavam o caráter reacionário de sua crítica que a maior acusação contra a burguesia, era justamente o fato do regime burguês estar criando uma classe cujo destino seria cortar as raízes da antiga ordem da sociedade.[38]

O Socialismo pequeno-burguês, de acordo com Marx e Engels, dissecou as contradições das condições de produção moderna e comprovou os efeitos desastrosos da maquinaria e da divisão do trabalho. Essa forma de Socialismo pretendia restaurar os meios antigos de produção, as relações de propriedade antigas e a sociedade antiga. Era reacionário e utópico. Para Marx e Engels, esta forma de socialismo terminou de forma miserável e melancólica. Seu “líder” era Jean de Sismondi.[39][40]

O Socialismo Alemão, ou o “Socialismo Verdadeiro”, surge a partir das literaturas socialistas e comunistas da França quando filósofos alemães resolvem beber da fonte dessas literaturas. Os filósofos alemães que beberam dessa fonte, esqueceram-se que apenas a literatura foi levada para eles, porém, a condição social francesa não foi levada junta. O único trabalho feito pelos “literati” foi harmonizar as novas ideias francesas com a antiga consciência filosófica antiga. Ao passar do tempo, com o ato de escrever suas concepções filosóficas por cima do original francês, a literatura foi se debilitando. A única forma de exaltar a sua existência pobre foi com charlatanismo, o que levou o fim de sua “inocência” pedante.[41]

2 – Socialismo Conservador
O Socialismo Conservador se resume, basicamente, a uma tentativa da burguesia de se manter no poder, enganando o proletariado. Assume características da burguesia, para o “benefício” do proletariado. Ele afirma que a burguesia existe para o bem do proletariado. Essa “burguesia socialista” quer todas as vantagens das condições sociais, porém, sem as lutas e os perigos. Quer uma burguesia sem proletariado.[42]

3 – Socialismo e Comunismo crítico-utópicos
Este Socialismo e sua literatura contém materiais importantíssimos para o esclarecimento da classe trabalhadora, sendo uma base importante para o posterior “Socialismo Científico” de Marx e Engels. Marx e Engels afirmam que esses escritos sempre deram voz ao proletariado, como os de Babeuf,[43] por exemplo.[44] Outras influências importantes nessa literatura, são a de Saint-Simon,[45] Fourier[46] e Owen.[47] Os fundadores dessa corrente reconheciam os antagonismos de classe e os elementos que fazem a decomposição ocorrer na sociedade predominante. Como o antagonismo de classe e sua evolução acompanha o desenvolvimento industrial, ainda não havia condições materiais para uma emancipação do proletariado. Para resolver isso, eles buscam criar uma nova ciência social e nova leis sociais que criarão as condições necessárias para tal emancipação.[48] Este socialismo rejeita qualquer ação política e toda a ação revolucionária. Eles buscam alcançar seus objetivos por meios pacíficos por meio de pequenos experimentos, que de acordo com Marx e Engels, estão fadados ao fracasso.[49]

CONCLUSÃO

O objetivo deste estudo não é fazer propaganda para a ideologia comunista/marxista, muito menos apologia. O objetivo dessa análise é a crítica. Apesar de sermos anticomunistas, é necessário sabermos o que realmente é o comunismo, nos abstendo de espantalhos e erros do que realmente é o comunismo. Concluímos que o marxismo é uma reação, “um grito de dor” como diz Durkheim em “O Socialismo”. Em uma época tão pobre para a vida humana, onde o trabalhador foi reduzido a uma simples máquina sem coração, sem aspirações, tendo o mero dever de trabalhar incessantemente para o capital. Isso significa que as soluções dadas por Marx são úteis? Não. As soluções de Marx são produtos de sua época, foi uma resposta rápida aos novos modos de trabalho estabelecidos pela Revolução Industrial. Com vários equívocos, como o fato de acusarem a religião de ser, anteriormente, uma “opressão”, uma opressão velada. Isso significa que Marx e suas previsões acerca do capitalismo estavam erradas? Não. O capitalismo continua marchando para escravizar o trabalhador, afastá-lo de sua família e destruir suas aspirações. O que Marx não previu foi que um de seus objetivos estão sendo cumpridos pelo capitalismo: a abolição (superação) da família. A família não é (nem nunca foi) mais útil para o capitalismo; hoje, vemos o capitalismo marchando para exterminar a cellula mater da sociedade. Caem no erro aqueles ojerizam o marxismo, mas idolatram o capitalismo. Ambos são internacionais, anti-Deus, anti-Pátria, anti-Família e acima de tudo, desumanos. Enquanto o marxismo quer fazer que todos subsistam em espécies de formigueiros, o capitalismo quer todos sobre o seu jugo dinheirista.

Autor: J.M.

Notas:

[1] Burguesia significa a classe dos capitalistas modernos, que possuem meios da produção social e empregados assalariados. Proletariado, a classe dos trabalhadores assalariados modernos que, por não ter meios de produção próprios, são reduzidos a vender a própria força de trabalho para poder viver [Engels, edição em inglês, 1888].

[2] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 25-26.

[3] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 37.

[4] Ibid., p. 37

[5] Ibid., p. 29

[6] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 13.

[7] “Doutrina que considera todos os acontecimentos como irrevogavelmente marcados por uma causa única e sobrenatural.” DICIO; Dicionário Online de Português.

[8] Escritor e filósofo conhecido pelo livro “The End of History and the Last Man”.

[9] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 21.

[10] Ibid., p. 38.

[11] Ibid., p. 38.

[12] Ibid., p. 39.

[13] “Na Inglaterra, em 1833, foi proibido o trabalho do menor de 09 anos. Além disso, a jornada máxima diária foi limitada em 09 horas para os menores de 13 anos e em 12 horas para os menores de 18 anos. E, em 1844, limitou-se a prestação do trabalho feminino em 10 horas diárias.” M.O. Rodrigues, A redução da jornada de trabalho: da luta pela saúde à luta pelo emprego. Jus.com.br, 2012.

[14] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 34-35.

[15] Ibid., p. 43

[16] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 46.

[17] BAVARESCO, Agemir, A Fenomenologia da Opinião Pública. A Teoria Hegeliana. São Paulo: Edições Loyola, 2003. p. 32.

[18] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 47.

[19] Ibid., p. 48.

[20] Ibid., p. 49.

[21] Ibid., p. 48.

[22] Ibid., pp. 48-49.

[23] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 49.

[24] Ibid., p. 50.

[25] Ibid., pp. 50-51.

[26] Ibid., p. 52.

[27] Ibid., p. 53

[28] Durante a época em que foi escrito o Manifesto Comunista, 1843, a Revolução Industrial já tinha terminado, porém, ela deixou uma herança bem conhecida de seu advento: a exploração infantil: “O trabalho infantil foi uma das características mais marcantes da Revolução Industrial. A concepção era de que as crianças pobres deveriam trabalhar, porque o trabalho protege do crime e da marginalidade, uma vez que o espaço fabril era concebido em oposição ao espaço de rua, considerado desorganizado e desregulado. Além disso, o trabalho das crianças permitia um aumento da renda familiar, ao mesmo tempo em que podia ser visto como uma escola, a escola do trabalho (ALVIM, 1994:136).

[29] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 53.

[30] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 53.

[31] Ibid., p. 54.

[32] Ibid., p. 54.

[33] Ibid., p. 55.

[34] Ibid., p. 57.

[35] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 58.

[36] Ibid., p. 59.

[37] Ibid., p. 79.

[38] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 62.
[39] Ibid., pp. 64-65.
[40] Jean de Sismondi era um historiador, ensaísta político e economista suíço. Seu principal trabalho econômico é “Nouveaux principes d’économie politique” (1819). Seu principal trabalho histórico é “Histoire des républiques italiennes du Moyen Âge” (1807).
[41] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. pp. 66-67.
[42] Ibid., pp 70-71.
[43] François Noël Babeuf ou Gracchus Babeuf foi um Jornalista participante da Revolução Francesa. Ele é conhecido pelo seu papel na “Conspiração dos Iguais”, uma organização conhecida precursora do comunismo e do anarquismo.
[44] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 71.
[45] Claude-Henri de Rouvroy, Conde de Saint-Simon foi um filósofo e economista francês. É conhecido por ter sido um dos fundadores do socialismo moderno do socialismo utópico.
[46] Charles Fourier foi um economista, sociólogo, filósofo e escrito francês. Era um socialista francês da primeira parte do século XIX, e é considerado um dos pais do cooperativismo, doutrina baseada na colaboração e a associação de pessoas ou grupos com os mesmos interesses, a fim de obter vantagens em suas atividades econômicas (Não confundir com Corporativismo, apesar de que o Corporativismo não é oposto ao Cooperativismo e até mesmo coexistir).
[47] Robert Owen foi um fabricante têxtil, filantropo e reformista social galês, considerado também como um dos fundadores do socialismo utópico e do cooperativismo.
[48] MARX & ENGELS, Manifesto Comunista. Trad. M. Lucia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. p. 72.
[49] Ibid., p. 73.

Postagens relacionadas

Deixe um comentário